do garimpo e da exploração de mãos miúdas ao gesto de dar-recebendo e receber-dando no Mural de trocas do Cosme Velho
eu mesma me sinto a paisagem em transformação. eu mesma terra e água a pisar nesse chão com cuidado e parcimônia. sendo o chão da cidade, eu mesma deixo a cidade transparecer através do meu corpo.
cidade não como fora, mas como parte de mim, como eu mesma, eu mesma um pouco esse asfalto, essa rua, essa terra, essa poluição, esse ruído. Eu mesma essa roupa que se vai pelas mãos de uma desconhecida. Experiência rica de romper com a lógica do garimpo e da exploração- exploração de mãos miúdas e de trabalho escravo que sustenta o acúmulo.
me é forte o desejo de parar de produzir coisas para serem vistas e consumidas, parar de querer interferir nos acontecimentos e ser com eles o que se está a ser a cada momento.
e escrever, cartografar... menos o movimento do ter, do acumular e do consumir e mais o movimento do ressoar, da amizade e do encontro.
Aline Bernardi propõe uma experimentação performática em ressonância com um varal de trocas que fica na rua Cosme Velho, em Laranjeiras. Onucleo topa e vibra curioso com a proposta.
Essa minha escrita nasce junto com uma entrevista do Ailton Krenak que circula pelas redes sociais.
Lidia
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